Por Filipe José
O Dia Internacional da Juventude, celebrado em 12 de agosto, é mais que um marco no calendário: é uma convocação para olhar e reconhecer a potência criadora que move o presente. Em Pernambuco, essa força tem rosto, sotaque e histórias que atravessam gerações. É a inventividade de quem, diante de muros altos e portas fechadas, encontra brechas e constrói passagens. Entre o litoral e o sertão, há quem transforme o pouco em abundância, o improviso em método, a ausência de recursos em combustível para criar novas formas de viver, expressar e mudar o mundo.
Essa inventividade não surge do nada. É filha da necessidade, da curiosidade e da recusa em aceitar que o destino já esteja escrito. É vista no passinho que vira performance global, no software criado na periferia que melhora a vida da comunidade, na moda que afirma identidade e circula o resíduo. Cada gesto criativo é também uma declaração política: não estamos apenas ocupando espaços, estamos desenhando outros e fortalecendo um ecossistema de inovação ainda maior.
Aqui, esse dia tem sotaque e voz firme: é o reconhecimento de que Pernambuco não só abriga uma geração criadora, mas vive do que ela inventa. E assim, costurando futuro com fio de coragem e inventividade, a gente prova que o mundo pode começar a mudar por aqui, e a gente tem sido a referência do que é ser um ponto de partida.
E enquanto o mundo ainda formula teorias sobre como transformar realidades, é a juventude pernambucana que já está na espreita criando redes, tecnologias sociais, linguagens e movimentos que extrapolam fronteiras. Nada disso é obra do acaso: é herança de uma terra que sempre respondeu à limitação com criatividade, que sempre fez da rebeldia um motor de mudança.
Que este 12 de agosto seja mais que um aplauso passageiro. Que seja um compromisso coletivo de garantir que essa inventividade não seja sufocada, mas nutrida, celebrada e multiplicada. Que seja um chamado coletivo para agir, reconhecer e potencializar esses saberes. Porque aqui, o amanhã não se espera, ele é liderado com um sol no peito todos os dias, com mãos firmes e imaginação sem freio.
