A semana anterior começou com a tradicional sabatina do Jornal Nacional e pouco influenciou na decisão dos eleitores brasileiros, números revelados na primeira pesquisa após as sabatinas divulgada nesta segunda, 29, Lula e Bolsonaro se mantém estáveis dentro da margem de erro e Ciro é o que mais cresce.
Ao logo da semana, de 21 a 27, os presidenciáveis participaram das tradicionais entrevistas do Jornal Nacional, o primeiro a participar foi o atual presidente e candidato a reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Apesar da orientação da campanha para que ele evitasse temas mais polêmicos, como seus ataques às urnas e ao sistema eleitoral, e respondesse de forma moderada aos questionamentos, os entrevistadores Willian Bonner e Renata Vasconcelos partiram para o ataque e trouxeram à bancada do jornal, se não todas, muitas frases polêmicas do presidente, tanto como em relação a Pandemia, como os ataques a democracia e escândalos de corrupção no ministério da educação. No entanto a postura adotada pelos entrevistadores do Jornal favoreceu o presidenciável, visto que é no campo da agressividade que ele joga melhor, e com poucas perguntas técnicas referente ao cargo de presidente, Jair Bolsonaro não precisou se preocupar com dados e números relativos a sua gestão.
No dia seguinte o sabatinado foi Ciro Gomes (PDT), o ex-governador do Ceará, com o discurso de reconciliar o Brasil, se mostrou muito preparado e tranquilo no diálogo, mostrou saídas práticas para a situação econômica brasileira, apresentou dados da defasagem da educação nacional e uma preocupação com o sistema previdenciário brasileiro. Ao término dos 40 minutos Ciro Gomes pediu uma chance ao Brasil para sair dessa polarização política.
No dia 25, quinta-feira, o candidato Lula (PT) foi o sabatinado, com muito menos interrupções que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e um clima mais harmônico entre a bancada e o candidato, Lula teve tranquilidade para responder aos questionamentos feitos por Willian Bonner e Renata Vasconcelos, Lula falou sobre a corrupção na Petrobrás: “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram” afirmou o ex-presidente. Sobre a política externa Lula disse que cada país cuida do seu nariz e encerrou a entrevista trazendo números dos seus feitos na área social: “Tenho orgulho de ter passado para a história como o presidente que mais fez universidades e escolas técnicas” e “ter elevado o número de estudantes universitários de 3,5 milhões para 8 milhões”.
No último dia de sabatina, na sexta (26), a candidata do MDB, Simone Tebet, foi a entrevistada, com simpatia e firmeza Tebet se apresentou bem, mas ainda um pouco presa nesse novo ambiente de disputa presidencial, não conseguiu se soltar e ser a mesma Tebet que teve excelente desenvoltura como integrante da CPI da Covid. Cobrada pelos entrevistadores por seu desempenho como vice-governadora do Mato Grosso do Sul, cargo que exerceu antes de ser eleita senadora. Respondeu sobre os índices da educação local, sobre a violência no estado decorrentes do tráfico de armas e drogas na fronteira e falou da proposta das reformas tributárias. No fim Tebet foi a que teve menos tempo de interrupção da bancada do jornal, mas não aproveitou como podia e utilizou frases emotivas e chavões como “coração de mãe” para chamar a atenção do eleitorado.
A PESQUISA
O resultado das entrevista é que, mesmo sob muito ataque, Bolsonaro sai ileso, Ciro categórico, Lula estável e Tebet perdeu uma excelente oportunidade de ser a boa surpresa dessas eleições. Em decorrência disso a pesquisa, realizada pelo instituto BTG/FBS entre os dias 26 e 28 de agosto, com 2 mil eleitores, apresenta o petista oscilando negativamente em dois pontos percentuais, o que é considerado estabilidade dentro da margem de erro, caindo de 45% para 43% e Bolsonaro se mantendo em segundo lugar com os mesmo 36% da pesquisa anterior, Ciro subiu de 6% para 9% e Simone Tebet aparecendo com 4%.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança da pesquisa é de 95%. O levantamento foi registrado no site da justiça eleitoral sob número BR-08934/2022.
Colaboração no texto: Renan Rafael, Jornalista.
