A suspensão repentina das provas do concurso público de Igarassu para os cargos de Professor Polivalente e Professor de Português, no último domingo (08), gerou indignação entre os candidatos. Organizados em grupos de mensagens e redes sociais, os concurseiros, liderados pelo professor Adrielio Moreno, iniciaram mobilização para entrar com uma ação judicial contra o processo seletivo, exigindo reparações pelos prejuízos sofridos.
Segundo os relatos, a banca organizadora — o Instituto Nacional de Desenvolvimento Educacional e Capacitação (INDEC) — não deu qualquer aviso prévio da suspensão. No prédio 029 da ETE Jurandir Bezerra Lins, local de aplicação das provas, centenas de candidatos ficaram sem qualquer orientação clara, o que causou frustração e revolta, especialmente entre os que viajaram de outras cidades e estados para realizar a prova.
O grupo de concurseiros já conta com cerca de 300 membros e cobra do INDEC um posicionamento efetivo. Entre as reivindicações apresentadas estão:
Ajuda de custo para transporte e alimentação no dia da nova prova;
Escolha de local de prova próximo à residência do candidato;
Definição de datas que não coincidam com outros compromissos profissionais ou concursos;
Isenção de taxas em concursos futuros como forma de compensação.
Nota do INDEC não esclarece pontos centrais
Em nota divulgada na noite do domingo (08), o INDEC confirmou que houve um erro no empacotamento dos cadernos de prova, o que resultou na troca dos exames destinados aos dois cargos. Por causa disso, a aplicação foi anulada para os candidatos prejudicados no prédio 029.
O instituto informou que, nesta segunda-feira (09), realizaria uma reunião com representantes da Comissão do Concurso para discutir medidas corretivas, incluindo a reaplicação das provas. Porém, a nota não detalha qualquer medida concreta sobre como será tratada a situação dos candidatos lesados, tampouco menciona indenizações ou apoio logístico para a nova aplicação — o que tem sido alvo de críticas.
Enquanto isso, vídeos que circulam nas redes sociais mostram a insatisfação dos concurseiros, muitos revoltados com a falta de organização e de respeito com quem se preparou durante meses para o certame.
A ausência de respostas claras por parte do INDEC deve acelerar a judicialização do caso. Segundo o professor Adrielio Moreno, “o grupo aguarda um posicionamento oficial, mas já está se articulando com advogados para garantir que os direitos dos candidatos sejam preservados e que a nova aplicação ocorra de forma justa, acessível e responsável”.
O caso acende um alerta sobre a necessidade de maior rigor e responsabilidade das bancas organizadoras de concursos públicos, especialmente em tempos de alta concorrência e deslocamentos dispendiosos para quem sonha com a estabilidade do serviço público.